Esportes na Poltrona: “Onde a Moeda Cai em Pé”

Esportes na Poltrona: “Onde a Moeda Cai em Pé”

0209568.jpg-c_215_290_x-f_jpg-q_x-xxyxxPor: Gabriel Araujo

No já longínquo ano de 2013, em uma de minhas primeiras colunas neste Poltrona de Cinema, escrevi sobre alguns dos filmes que, até aquele momento, retratavam histórias de clubes de futebol – filmes estes que, apesar de valorizarem por demais os próprios times, às vezes com um tanto de soberba, são registros interessantes. Entre os destaques, o São Paulo, que no ano anterior lançara “Soberano 2”, retratando a conquista do Mundial de Clubes de 2005. Pois então, cinco anos depois, chegou a hora de mencionar novamente um filme de time e adicionar mais um longa à lista do Tricolor do Morumbi: “Onde a Moeda Cai em Pé”, que estreou no início de novembro nas telonas.

Ao contrário dos dois “Soberano”, que têm temática específica em alguns momentos da vida são paulina (o primeiro aborda os seis títulos brasileiros), “Onde a Moeda Cai em Pé” é um documentário que vai além e, em sua hora e meia de duração, faz uma “geral” por toda a história do time. O título do filme, por exemplo, remete ao primeiro título tricolor no Estádio do Pacaembu: o Paulista de 1943, 13 anos após a fundação e oito após a refundação do time.

Conta-se que, nas discussões de formulação do regulamento do estadual daquele ano, alguém disse que bastava tirar cara ou coroa para definir o campeão: ou era o Palmeiras, ou o Corinthians. E o São Paulo? “Só se a moeda cair em pé”, brincou-se. E “aconteceu”. O São Paulo se reforçou e, no final do torneio, sagrou-se campeão, empatando com o Palmeiras no Pacaembu no jogo final. História, claro, rememorada no longa que leva o nome dessa lenda futebolística.

Fundado em 1930 (reconstruído em 1935), o São Paulo é o mais jovem dos 12 grandes clubes que compõem o eixo Sul-Sudeste do futebol brasileiro, com nove anos a menos do que o Cruzeiro, segundo mais novo. Entre o quarteto de ferro paulista, são 20 anos de diferença para o Corinthians, 18 para o Santos e 16 para o Palmeiras. Nada que o faça, porém, menos vencedor – ou menos merecedor de um filme. São, entre outros títulos de grandeza, seis campeonatos brasileiros, três Libertadores e três Mundiais, além de conquistas em outros esportes, como as de Adhemar Ferreira da Silva no atletismo e Eder Jofre no boxe.

Muito em função dessa gama de histórias importantes, que em algum momento inclusive rendeu a pecha de prepotência e arrogância ao time e sua torcida, a produção evidentemente não consegue ter uma gigantesca profundidade. Mas é suficiente para o reconhecimento da importância do São Paulo para o esporte, seja você torcedor ou não, ache você que trata-se de uma agremiação arrogante ou não. Um importante documento histórico, por mais que, como todo e qualquer filme sobre um time, “encha a bola” do seu próprio produto.

A direção é de Alexandre Porchat, Pedro Jorge e André Plihal (sim, o da ESPN); a produção, que começou em 2015, de Ricardo Aidar e do Canal Azul. Há depoimentos de craques da história são paulina e de torcedores famosos: Raí, Rogério Ceni, Aloísio, Careca, Darío Pereyra, Lima Duarte, Fernando Meligeni, Eder Jofre, Serginho Chulapa, Andreas Kisser, Lugano, Pintado, Amoroso, Waldir Peres (RIP), Muricy Ramalho, Zetti, Cafu… O elenco é grandioso.

Sinopse:
Com três mundiais e seis títulos do Campeonato Brasileiro conquistados desde sua fundação, em 1930, o São Paulo Futebol Clube permanece como um dos times mais icônicos do país. Depoimentos de torcedores, ex-jogadores e historiadores revelam pontos fundamentais da trajetória do clube, perpassando por seus triunfos e derrotas; e evocam o sentimento do que é ser são-paulino, de diferentes perspectivas.

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