Frans Krajcberg, artista plástico, escultor, gravurista e fotógrafo, nasceu no ano de 1921 em Kozienice,Polônia, e naturalizou-se brasileiro em 1954.
Sua mãe foi simpatizante ativa dos comunistas e Frans viu toda sua família ser dizimada pelos nazistas nos campos de concentração na época da 2ª Guerra Mundial. Em resposta, alistou-se no Exército Soviético como engenheiro construtor de pontes. Depois do conflito viveu na Alemanha onde estudou entre 1945 e 1947 na Academia de Belas Artes de Stuttgart e foi aluno do célebre Willy Baumeister.
Emigrou em 1948 para o Brasil, após uma temporada em Paris onde conviveu com Léger, Mondrian, Chagall e outros artistas da E’cole de Paris. No Brasil, fixou-se inicialmente em São Paulo onde participou da montagem da 1ª Bienal, em 1951. Nos primeiros anos da sua permanência no Brasil, praticou uma pintura influenciada pelo Cubismo e pelo Expressionismo em um desenho sintético de paleta baixa na qual predominavam tons de cinza e terra. Permaneceu em São Paulo até 1952, ano em que faria sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna. No interior do Paraná, onde viveu até 1956, Krajcberg afastou-se do circuito das artes. Neste mergulho no hinterland paranaense, o contato com a natureza amadureceu seu olhar e lhe ofereceu novos instrumentos de trabalho.
Em 1957, conquistou o prêmio de Melhor Pintor Nacional na 4ª Bienal de São Paulo e transferiu-se para o Rio de Janeiro. Nesse momento, alternou sua vida entre Paris e Ibiza, com constantes retornos para reciclagem ao Brasil.
A estrutura bidimensional da pintura, entretanto, limitava seus horizontes e, a partir de uma primeira experiência em 1962, com as terras naturais de Ibiza, o artista sentiu uma necessidade crescente de mudança. Abandonou então a dimensão do plano pictórico, substituindo-o pelo tridimensionalismo do relevo e da escultura. Aos poucos, Krajcberg foi reformulando a própria ideia de representação ou interpretação da Natureza por meio da sua apropriação. Em um trabalho incessante de pesquisa sobre forma e matéria, utiliza elementos da natureza e os mais diferentes materiais de origem mineral, para criar relevos, esculturas e instalações com troncos de árvores, raízes aéreas do mangue e reproduzindo em papel japonês as marcas deixadas pelo mar nas areias de Nova Viçosa. Em 1964, após ter conquistado o prêmio Cidade de Veneza na 32ª Bienal de Veneza, Krajcberg visitou Itabirito, e este encontro marcou sua maturidade enquanto artista.
Entretanto foi a viagem que realizou na Amazonia, Alto Rio Negro em companhia de Sepp Baendereck e Pierre Restany que irá marcar profundamente o artista. O encontro com a beleza e a exuberância da natureza amazoica irá provocar um choque no artista que o marcará para sempre.
CINE BRASÍLIA
21h – Mostra Paralela – A Arte da vida, com Frans Krajcberg: Manifesto
Documentário, 96 min, 2018, SP
Entrada Franca
Nome do Diretor: Regina Jehá
Estado: São Paulo
Tipo/Gênero: Documentário
Minutagem: 96 min
Classificação indicativa: Livre
Ano de produção: 2018
SINOPSE
Frans Krajcberg se prepara para expor suas obras no Salão principal e receber a grande homenagem da 32a Bienal de Arte de São Paulo, enquanto desvela suas memórias e reflexões. Recentemente falecido, a vida do artista foi uma luta implacável contra a loucura destrutiva do Homem, do fogo da 2a Guerra Mundial às queimadas na Região Amazônica. O destino de um homem extraordinário inserido na historia do seu tempo, comprometido com sua arte e profundamente vivo para sempre. O filme percorre quatro décadas da sua vida enquanto confronta uma das mais urgentes questões do mundo contemporâneo: a luta contra a destruição da natureza para a preservação do próprio Planeta e da humanidade.
FICHA TECNICA
Roteiro, Produção e Direção: Regina Jehá
Produção executiva: Domingas Person
Fotografia: Jean-Marc Ferrière, Jorge Maia e Rodolfo Sanchez
Som direto: Tales Manfrinato, Ricardo Nascimento
Montagem: Yuri Amaral
