Poltrona Resenha: Uma Noite de Crime 3 – Ano de Eleição/Lívia Lima

Poltrona Resenha: Uma Noite de Crime 3 – Ano de Eleição/Lívia Lima

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É bem renovador, nos tempos atuais, assistir a um filme de ação que consiga manter o frescor e a originalidade. Quando se fala em uma sequência, essa missão é ainda mais difícil.

Serei sincera: não supera os dois primeiros filmes. E ainda assim, não deixa a desejar. No terceiro filme da franquia Uma Noite de Crimes, é abordado o outro lado do expurgo.

Enquanto anteriormente pudemos ver a ação política da visão popular, neste longa foi possível acompanhar atráves da situação da política da senadora Charlie Roan (Elizabeth Mitchell), que busca, ao ser eleita, dar um fim ao expurgo anual. Sua visão e seus planos acabam por gerar fúria em quem defende a purificação. Com isso, ela conta com a proteção do sargento Barnes (Frank Grillo), personagem marcante do segundo filme.

Esteticamente, o filme trabalha bem com a proposta, brincando com imagens chocantes, muita luz e cor, referências da cultura pop e revelando o que há de mais curioso e insano nas ações e na mente humana. Os diálogos e interações entre atores não são o ponto alto do filme, e os mesmos são bem supérfluos e podem ser bem irrelevantes em determinados momentos.

Como em todo filme comercial que se preze, as relações humanas são bem valorizadas e é isso que acaba por criar um vinculo emocional com quem o assiste. A ideia do filme é interessantíssima, levando a uma reflexão sobre a nossa própria realidade e surpreendentemente se aproximando muito da fase política mundial que estamos passando.

Quem é o inimigo? Por que a violência parece a melhor alternativa em tempos de crise? Porque o imediatismo soa como a solução mais benéfica ao bem comum?

Dá pra encaixar diversos questionamentos impostos ao longo do filme dentro do momento em que estamos passando na politica brasileira, também.

No mais, um bom filme de ação, fugindo um pouco do estereótipo de muita violência e pouco enredo, garantindo um filme que não acaba com os créditos, mas que também sai um pouquinho com a gente da sala de cinema.

https://www.youtube.com/watch?v=3owMfYfSH7g

Por: Lívia Lima

Cotação Poltrona de Cinema: 3,5 Poltronas.

Sai lista com indicados ao Globo de Ouro 2017. Confira!

Sai lista com indicados ao Globo de Ouro 2017. Confira!

ditadura-1Fim do mistério: a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) divulgou nesta segunda-feira (12), em Beverly Hills, a lista completa com os indicados ao Globo de Ouro 2017. Esta é considerada a principal premiação de Hollywood que antecede a entrega do Oscar.

O evento contempla os melhores do cinema e da televisão e está na sua 74ª edição, com cerimônia marcada para o próximo dia 8 de janeiro no Hotel Beverly Hilton e apresentação de Jimmy Fallon.

Os destaques ficaram por conta do musical “La La Land-Cantando Estações”, de Damien Chazelle, indicado em sete categorias, seguido por “Moonlight”, com seis indicações, e “Manchester à beira-mar”, com cinco. Dentre os concorrentes de televisão, destaca-se “The people v. O.J. Simpson: American crime story”, indicado a cinco prêmios, incluindo melhor filme para TV ou série limitada.

Dois representantes brasileiros que eram cotados a receber indicações ficaram de fora da festa, como o ator Wagner Moura, por sua atuação na série “Narcos”, e o filme “Aquarius”, na categoria de melhor filme em língua estrangeira.

Confira abaixo a lista completa de indicados ao Globo de Ouro 2017:

CINEMA

Melhor Drama

Até o Último Homem
A Qualquer Custo
Lion – Uma Jornada Para Casa
Manchester à Beira-Mar
Moonlight

Melhor Comédia ou Musical

20th Century Women
Deadpool
Florence: Quem é Essa Mulher?
La La Land – Cantando Estações
Sing Street

Melhor Filme Animado

Kubo e as Cordas Mágicas
Moana – Um Mar de Aventuras
My Life as Zucchini
Sing – Quem Canta Seus Males Espanta
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho

Melhor Filme Estrangeiro

Divines
Elle
Neruda
The Salesman
Toni Erdmann

Melhor Ator – Drama

Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
Joel Edgerton (Loving)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
Denzel Washington (Fences)

Melhor Ator – Comédia ou Musical

Colin Farrell (The Lobster)
Ryan Gosling (La La Land – Cantando Estações)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Jonah Hill (Cães de Guerra)
Ryan Reynolds (Deadpool)

Melhor Ator Coadjuvante

Mahershala Ali (Moonlight)
Dev Patel (Lion – Uma Jornada Para Casa)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Simon Helberg (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Aaron Taylor Johnson (Animais Noturnos)

Melhor Atriz – Drama

Amy Adams (A Chegada)
Jessica Chastain (Miss Sloane)
Isabelle Huppert (Elle)
Ruth Negga (Loving)
Natalie Portman (Jackie)

Melhor Atriz – Comédia ou Musical

Annette Bening (20th Century Women)
Lily Collins (Rules Don’t Apply)
Hailee Steinfeld (Quase 18)
Emma Stone (La La Land – Cantando Estações?)
Meryl Streep (Florence; Quem é Essa Mulher?)

Melhor Atriz Coadjuvante

Viola Davis (Fences)
Naomie Harris (Moonlight)
Nicole Kidman (Lion – Uma Jornada Para Casa)
Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)

Melhor Canção Original

Can’t Stop the Feeling (Trolls)
City of Stars (La La Land – Cantando Estações)
Faith (Sing – Quem Canta Seus Males Espanta)
Gold (Ouro e Cobiça)
How Far I’ll Go (Moana – Um Mar de Aventuras)

Melhor Trilha Original

A Chegada
Lion – Uma Jornada Para Casa
La La Land – Cantando Estações
Moonlight
Estrelas Além do Tempo

Melhor Roteiro

Damien Chazelle (La La Land – Cantando Estações)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Barry Jenkins (Moonlight)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)

Melhor Diretor

Damien Chazelle (La La Land – Cantando Estações)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Mel Gibson (Até o Último Homem)
Barry Jenkins (Moonlight)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)

TELEVISÃO

Melhor Série Drama

The Crown
Game of Thrones
Stranger Things
This Is Us
Westworld

Melhor Série de Comédia

Atlanta
Black-ish
Mozart in the Jungle
Transparent
Veep

Melhor Série Limitada ou Telefilme

American Crime
The Dresser
The Night Manager
The Night Of
The People v O.J. Simpson: American Crime Story

Melhor Ator de Série Drama

Rami Malek (Mr. Robot)
Bob Odenkirk (Better Call Saul)
Matthew Rhys (The Americans)
Liev Schreiber (Ray Donovan)
Billy Bob Thornton (Goliath)

Melhor Ator em Série Limitada ou Telefilme

Courtney B. Vance (The People v O.J. Simpson: American Crime Story)
Riz Ahmed (The Night Of)
Tom Hiddleston (The Night Manager)
Bryan Cranston (All The Way)
John Turturro (The Night Of)

Melhor Ator Coadjuvante em Série Drama, Série Limitada ou Telefilme

Sterling K. Brown (The People v O.J. Simpson: American Crime Story)
Hugh Laurie (The Night Manager)
John Travolta (The People v O.J. Simpson: American Crime Story)
Christian Slater (Mr. Robot)
John Lithgow (The Crown)

Melhor Ator em Série de Comédia ou Musical

Anthony Anderson (Black-ish)
Gael Garcia Bernal (Mozart in the Jungle)
Donald Glover (Atlanta)
Nick Nolte (Graves)
Jeffrey Tambor (Transparent)

Melhor Atriz em Série Drama

Winona Ryder (Stranger Things)
Claire Foy (The Crown)
Evan Rachel Wood (Westworld)
Caitriona Balfe (Outlander)
Keri Russell (The Americans)

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Minha Mãe é uma Peça 2/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Minha Mãe é uma Peça 2/ Cesar Augusto Mota

maxresdefaultRica, descolada e angustiada com os problemas que envolvem a maternidade, assim está Dona Hermínia (Paulo Gustavo), de volta às telonas após o grande sucesso de Minha Mãe é uma Peça, de 2013. Passamos agora a acompanhar uma história com novos contornos, mas com o talento inquestionável e a impressionante naturalidade de Paulo Gustavo de como dá vida a sua personagem, mais engraçada do que nunca.

Agora rica e comandando um programa no estilo Talk Show, Dona Hermínia assume vários papéis ao mesmo tempo, de apresentadora, mãe e avó, e se verá às turras com a irmã Lúcia Helena (Patrícya Travassos), que chega de Nova York para visitá-la. Você tem a impressão que Hermínia entrará em colapso, vai ter um ataque de nervos e tudo irá pelos ares, mas o resultado é excelente, com ótimas tiradas da protagonista e uma grande conexão com o público, como ocorreu no primeiro filme.

Mesmo com tantos percalços, o que é mais importante para Hermínia são os filhos Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier), e o sentimento materno se acentua ainda mais quando percebe que eles estão dispostos a criar asas e ganhar o mundo. Superprotetora, Hermínia sente o duro golpe, mas o seu jeito espontâneo, despojado e de levar a vida fazendo sátiras com as situações do cotidiano a fazem encarar a mudança dos dois herdeiros para São Paulo como algo natural e necessário, e ela consegue aceitar isso também com a ajuda do ex-marido Carlos Alberto (Herson Capri), que a trocou por uma mulher mais jovem, mas sem admitir que a traiu.

A impressão que temos que o filme é composto por vários quadros de humor, mas o que realmente visualizamos é uma trama apoiada no talento, carisma e desenvoltura impressionante de Paulo Gustavo, que também escreve o roteiro, juntamente de Fil Braz. A composição de Hermínia foi inspirada na própria mãe e a preocupação de não tornar as cenas cansativas e repetitivas foram também essenciais para a boa evolução do filme.

E o elenco? Posso afirmar que de alta qualidade, o entrosamento entre todos é excelente e cada um consegue imprimir autenticidade para os respectivos personagens, além de prender a atenção do público até o fim e promover grandes momentos de descontração. Rodrigo Pandolfo e Mariana Xavier estão ótimos como Juliano e Marcelina, ambos convencem e conseguem transmitir bem o amadurecimento e a segurança necessárias para uma decisão importante, de tomar novo rumo na vida e viver em outra cidade. Herson Capri tem participação satisfatória como Carlos Alberto e se destaca mais nas cenas quentes com a nova namorada e quando tira sarro de Hermínia, dizendo que terminou o casamento e minutos depois co meçou novo relacionamento. Patrícya Travassos mostra talento para o humor, mas sua personagem não recebeu tanta importância na história, sem esquecer de Suely Franco, que se mostra espetacular como a Tia Zélia

O resultado da obra é acima da média, e se conseguir ter um bom resultado de bilheteria, aposto numa continuação. Foi acertado transformar em filme a peça de Paulo Gustavo em filme, e seremos brindados com uma trama de roteiro robusto e com boas risadas. Com direção de César Rodrigues, “Minha Mãe é uma Peça 2” estreia em 22 de dezembro nos cinemas.

La La Land-Cantando Estações se destaca e leva oito prêmios no Critics Choice Awards 2017

La La Land-Cantando Estações se destaca e leva oito prêmios no Critics Choice Awards 2017

critics-choice-awards-2017Com a apresentação do ator/comediante T.J. Miller (Deadpool), foi realizada na noite deste domingo (11) a 22ª edição do Critics Choice Awards em Santa Mônica, Califórnia. O evento visa premiar os melhores do cinema e da televisão e contou com o apoio da Broadcast Film Critics Association (BFCA) e a Broadcast Television Journalists Association (BTJA).

Dentre os indicados, a comédia musical “La La Land – Cantando Estações” (La La Land – 2016) conquistou oito prêmios em doze possíveis, dentre eles os de melhor filme e diretor, para Damien Chazelle. Na categoria televisão, Game of Thrones foi premiada como melhor série dramática e Westworld conquistou dois prêmios no quesito atuação, de melhor atriz para Evan Rachel Wood e melhor atriz coadjuvante para Thandie Newton.

Um dos momentos mais marcantes e emocionantes da premiação foi a entrega do prêmio “See Her Award” para Viola Davis. A atriz foi homenageada pela BFCA por seus vinte anos de carreira, marcados por interpretar personagens femininos fortes. O prêmio faz parte de uma campanha da Association of National Advertisers’ (ANA), para valorizar a imagem da mulher na mídia. O outro homenageado foi o ator Ryan Reynolds, que recebeu o troféu “Entertainer of the Year Award”. O ator se destacou em 2016 por “Deadpool”, o anti-herói da Marvel, em longa-metragem produzido e estrelado por ele.

Confira abaixo a relação completa com todos os vencedores do 22º Critics Choice Awards:

Cinema

Melhor Filme: La La Land
Melhor Ator: Casey Affleck (Manchester à Beira Mar)
Melhor Atriz: Natalie Portman (Jackie)
Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Moonlight)
Melhor Atriz Coadjuvante: Viola Davis (Fences)
Melhor Ator/Atriz Jovem: Lucas Hedges (Manchester à Beira Mar)
Melhor Elenco: Moonlight
Melhor Diretor: Damien Chazelle (La La Land)
Melhor Roteiro Original: Damien Chazelle (La La Land) e Kenneth Lonergan (Manchester à Beira Mar) – EMPATE
Melhor Roteiro Adaptado: Eric Heisserer (A Chegada)
Melhor Fotografia: Linus Sandgren (La La Land)
Melhor Design de Produção: David Wasco, Sandy Reynolds-Wasco (La La Land)
Melhor Edição: Tom Cross (La La Land)
Melhor Figurino: Madeline Fontaine (Jackie)
Melhor Cabelo e Maquiagem: Jackie
Melhores Efeitos Visuais: Mogli – O Menino Lobo
Melhor Animação: Zootopia
Melhor Filme de Ação: Até o Último Homem
Melhor Ator em Filme de Ação: Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Melhor Atriz em Filme de Ação: Margot Robbie (Esquadrão Suicida)
Melhor Comédia: Deadpool
Melhor Ator de Comédia: Ryan Reynolds (Deadpool)
Melhor Atriz de Comédia: Meryl Streep (Florence Foster Jenkins)
Melhor Filme de Ficção Científica/Terror: A Chegada
Melhor Filme Estrangeiro: Elle
Melhor Canção: City of Stars (La La Land)
Melhor Trilha Sonora: Justin Hurwits (La La Land)

TV

Melhor Série Dramática: Game of Thrones
Melhor Ator em Série Dramática: Bob Odenkirk (Better Call Saul)
Melhor Atriz em Série Dramática: Evan Rachel Wood (Westworld)
Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática: John Lithgow – The Crown
Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática: Thandie Newton – Westworld
Melhor ator convidado em série dramática: Jeffrey Dean Morgan – The Walking Dead
Melhor série cômica: Silicon Valley
Melhor ator em série cômica: Donald Glover – Atlanta
Melhor atriz em série cômica: Kate McKinnon – Saturday Night Live
Melhor ator coadjuvante em série cômica: Louie Anderson – Baskets
Melhor atriz coadjuvante em série cômica: Jane Krakowski – Unbreakable Kimmy Schmidt
Melhor ator convidado em série cômica: Alec Baldwin – Saturday Night Live
Melhor série animada: BoJack Horseman
Melhor telefilme ou minissérie: The People v. O.J. Simpson
Melhor ator de telefilme ou minissérie: Courtney B. Vance – The People v. O.J. Simpson
Melhor atriz de telefilme ou minissérie: Sarah Paulson – The People v. O.J. Simpson
Melhor ator coadjuvante de telefilme ou minissérie: Sterling K. Brown – The People v. O.J. Simpson
Melhor atriz coadjuvante de telefilme ou minissérie: Regina King – American Crime
Melhor reality de competição: The Voice

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Black Mirror/3ª temporada

Poltrona Séries: Black Mirror/3ª temporada

black-mirrorDesde outubro na Netflix, a terceira temporada de “Black Mirror”, série escrita por Charlie Brooker, promete fazer o espectador ficar ainda mais impressionado e perceber que existe um espelho capaz de escancarar os defeitos e vulnerabilidades da nossa sociedade. Além disso, a tecnologia não é responsável pelos resultados bons ou ruins por nós vivenciados, mas da maneira como aproveitamos os recursos presentes nela.

Composta por seis episódios, “Black Mirror” ilustra novas sensações e experiências, com uma linguagem rebuscada, roteiro que manipula as emoções e um alerta para os rumos que podemos tomar, às vezes sem volta. São enredos e personagens diversificados, mas tramas que trazem questões filosóficas e críticas sociais sobre temas do cotidiano, sem perder a conexão com o mundo digital, com boas e más surpresas.

Estamos inseridos em um mundo no qual as aparências e os conceitos que as pessoas têm sobre nós nas redes sociais são mais valorizados do que somos realmente. Além disso,  as relações humanas andam cada vez mais estremecidas e distantes e com uma maior proximidade entre homem e máquina. Percebemos tudo isso nos dois primeiros episódios, “Perdedor” e “Versão de Testes”, nos quais a avaliação e a imagens que os personagens passam são importantes para eventos futuros e um jogo de realidade virtual que acaba por afastar mãe e filho e provoca a morte deste por um defeito causado por celular.

E quem não tem um fato que possa desabonar sua reputação e tem medo que tudo seja revelado ao descobrir que foi alvo de hackers? Isso ocorre com Kenny no episódio “Cala a Boca e Dança”, que mostra o desespero e agonia de um jovem que trabalha numa rede de fast foods e faz de tudo para que um vídeo onde aparece, gravado da câmera de seu computador por meio de um vírus, não vá parar nas mãos de parentes e amigos. Vale tudo para preservar a imagem, e terá que cumprir várias tarefas que recebe por mensagens no celular, até mesmo assaltar um banco ou mesmo duelar com outra pessoa até a morte. A lição que temos é que não é a tecnologia que pode nos destruir, mas a forma como a utilizamos e os atos que praticamos, os seres humanos podem ser autodestrutivos.

E quem não preferiu viver no mundo virtual em detrimento do real? No episódio “San Junipero” boa parte das pessoas torce para que as personagens Yorkie e Kelly fiquem juntas no plano imaginário, tendo em vista que são lindas e jovens, e na realidade estão doentes e idosas, e Kelly em estado vegetativo. Pode parecer mais fácil o plano digital, tendo em vista as adversidades do mundo real e a existência de uma felicidade artificial, tal como vemos com as pessoas que cultuam o belo e assumem outras personalidades nas redes sociais, seria uma forma de escapar dos problemas, viver em estado vegetativo e sem movimentos, como está Yorkie em um hospital e prestes a ter seus aparelhos desligados. Muitas vezes fugimos da realidade e preferimos viver num mundo fantasioso.

“Black Mirror” não tem como proposta olhar para o futuro, mas tratar do presente e ligar a tecnologia a temas atuais, bem como alertar para as consequências do seu mau uso. Em comparação à temporada anterior, a abordagem é mais otimista, mas a realidade ilustra que os seres humanos ainda estão vulneráveis e podem ter destinos sombrios, a depender de suas escolhas. Sinal de alerta ligado.

Por: Cesar Augusto Mota